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TRIO DE VINHOS PARA CHURRASCO

christianocruz

No Brasil, onde tem churrasco, tem cerveja.


Sempre foi assim. Não precisa ser assim pra sempre.


Recentemente, participamos de um agradável churrasco com familiares próximos (estamos em pandemia, cuidem-se!) no estilo "rachamos a carne e cada um leva sua bebida". Enquanto a maioria optou por cerveja e/ou refrigerante, resolvemos apostar nos vinhos. Pensamos, repensamos e optamos por um trio: espumante brut, branco refrescante e tinto potente. Deu certo!


Aqui o IMPORTANTE NÃO SÃO OS RÓTULOS escolhidos, mas sim o estilo do vinho.


A LÓGICA Aplicamos o raciocínio utilizado na maioria das refeições: entradas simples e leves seguidas de pratos que vão se tornando mais e mais robustos. Imaginamos o churrasco se iniciando com petiscos frios (porções de frios temperados, amendoim, maionese, pão com vinagrete, etc.), seguidos por petiscos quentes e carnes leves (queijo coalho, cortes de frango, porco ou peixes grelhados e assados) e finalmente as carnes gordurosas (picanha, costela, cupim, etc.)


O INÍCIO

Nesta lógica, o vinho tem que seguir o "peso" do prato. Para o começo mais leve, escolhemos um vinho mais leve, um espumante servido a cerca de 6ºC que pode ser deixado no balde com gelo à sua frente. Optamos pelo Aurora Brut, que possui uma quantidade mediana de açúcar residual, deixando-o refrescante e não muito seco. A taxa de açúcar e acidez comumente encontradas em um Brut facilita a harmonização. Um espumante com essas características pode ser facilmente consumido sem acompanhamento, por isso deixamos ele para a entrada do churrasco, com os petiscos frios e até mesmo antes de começarmos a "manjare" de verdade. Uma constatação: com o calor e o clima festivo, o espumante é rapidamente consumido.


O MEIO

À medida que iniciaram os petiscos mais quentes, como o queijo coalho, pães de alho e carnes brancas, abrimos um vinho verde branco. Aqui, um Sauvignon Blanc ou um Chardonnay chileno do pé dos andes, sem madeira, iria tão bem quanto. A opção pelo vinho verde foi basicamente econômica ($$$). Encontramos o português Conde de Cortes, um DOC da região noroeste de Portugal por inacreditáveis R$11,00 em uma promoção no Carrefour. Embora não conhecêssemos este vinho verde, temos boas referências sobre seu frescor, acidez e capacidade de harmonizar. Os vinhos verdes são bem refrescantes, para serem servidos em torno de 8 a 10ºC, harmonizam perfeitamente com carnes brancas assadas e grelhadas. Apostamos nele com sucesso! Cumpriu bem seu papel intermediário, realizar a passagem das entradas para o prato principal.


O GRAN FINALE

Após tantos aperitivos e entradas, com o apetite completamente aberto, partimos para o churrasco propriamente dito. Abrimos um Cabernet Sauvignon chileno simplesmente magnífico, o Root:1. Embora a confraternização em família não fosse local para uma degustação técnica, não pudemos deixar de reparar na sua cor brilhante, no aroma intenso de frutas negras e na acidez perfeita para suportar as gorduras da carne vermelha. O Cabernet poderia ser facilmente substituído por um Syrah ou um Tannat com características próprias dos vinhos tintos potentes argentinos, chilenos ou uruguaios: a acidez acentuada e os aromas marcantes.

Mais um vinho que cumpriu bem seu papel!


Como dissemos no início, aqui não importam os rótulos, mas sim as características dos vinhos.


Saímos do churrasco bem alimentados(!) e felizes pelas escolhas. Constatamos que, embora no consciente das pessoas churrasco e cerveja estejam diretamente ligados, churrasco e vinho pode ser uma combinação ainda melhor, mais harmônica, mais rica em complexidade, em qualidade e intensidade!

Nos futuros churrascos pretendemos manter a lógica com pequenas variações que possam nos trazer ainda mais satisfação. A cerveja não está dispensada, mas o vinho com churrasco conquistou nosso coração!


Teve experiências semelhantes? Compartilhe conosco!


Saúde sempre!


Crédito da imagem do Aurora: http://www.vinhoparatodos.com

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