Harmonização: Risoto de linguiça toscana e palmito
ESPANHA / VALENCIA / ALICANTE
A Espanha possui vinhedos desde aproximadamente 1000 anos A.C., logo a tradição em vinhos não é problema para este país. Ao contrário, quando falamos em vinho sabemos que a Espanha é um país que valoriza suas tradições, tais como enfatizar o sabor do vinho e prestigiar os pequenos produtores artesanais.
O país produz vinhos em todas as suas 17 regiões autônomas. O rótulo que falaremos a seguir é da Região de Valência, à beira do Mar Mediterrâneo. A região de Valência, por sua vez, é dividida em 3 Denominações de Origem (D.O.), dentre elas a de Alicante (veja mapa abaixo), famosa por produzir alguns dos melhores vinhos do mundo com a uva Monastrell (chamada na França de Mourvèdre). É dali que saiu o vinho que degustamos, La Encina Centenaria, o vinho feito com 85% da uva Monastrell e 15% de Cabernet Sauvignon.
O PRODUTOR
Tradições e produção artesanal tem tudo a ver com este vinho elaborado pela Bodega Vinessens. Situada no município de Villena e dentro da D.O. Alicante, essa adega familiar é proprietária de muitos vinhedos centenários. A diretriz do produtor é utilizar-se dos métodos artesanais, com produções pequenas e exclusivas, praticando o conceito de "adega de garagem". Sem abrir mão deste conceito, também utilizam metodologias modernas e inovadoras como a maceração e fermentação a baixas temperaturas. As uvas são colhidas manualmente e acondicionadas em pequenas caixas plásticas criadas para protegê-las, após o que passam por uma rigorosa seleção.
A região da vinícola possui um conjunto de características climáticas e de solo (terroir) que favorece a perfeita maturação da uva, preservando seus aromas e acidez.
O VINHO
La Encina Centenaria (O Carvalho Centenário, reproduzido no rótulo) utiliza-se de vinhas com idades de 35 a 45 anos, plantadas em solos argilo-arenosos a 505 m de altitude. Possui cor rubi escura, com lágrimas finas e rápidas, embora conte com 14,5% de teor alcoólico. O vinho evolui bastante no nariz, trazendo muita ameixa, gordura, couro e baunilha, estes três últimos graças à passagem por 12 meses em barricas de carvalho novas, francesas e americanas. A mineralidade é agradável e acentuada. Em boca possui corpo médio-baixo, acidez, intensidade e persistência baixas. O dulçor destaca-se graças à grande quantidade de açúcar da uva Monastrell, suficiente para uma fermentação que produz 14,5% de álcool e ainda deixa açúcar residual, que pode ser sentido mas que não incomoda o paladar. O álcool, embora elevado é perfeitamente integrado ao conjunto bem equilibrado. O único prejuízo ao equilíbrio vem das características tânicas da Monastrell, exigindo que ele respire por um tempo em taça ou, se preferir, em um decanter. A presença de taninos no vinho é sempre um bom indicador para a harmonização com carnes vermelhas.
HARMONIZAÇÃO Sugerimos o risoto de linguiça toscana e palmito. Utilizamos a receita contida no link do início deste post.
SAÚDE!!!
Créditos da imagem do mapa: Quentin Sadler's Wine Page