DEGUSTANDO O SALTON CLASSIC TANNAT - RESERVA ESPECIAL 2016
- christianocruz
- 9 de nov. de 2020
- 2 min de leitura
Atualizado: 25 de nov. de 2020

Tipo: Tinto
País/Região: BRASIL/Bento Gonçalves
Uvas: Tannat
Produtor: Salton
Teor alcoólico: 12,5%
O Brasil possui ótimos produtores de vinhos que tem, lentamente, ganhado destaque nas rodas de apreciadores. Enquanto muitos espumantes nacionais caíram no gosto mundial, os tintos e brancos algumas vezes deixam a desejar. É o caso deste Salton Tannat Reserva Especial 2016, por dois fortes motivos que comentaremos a seguir.
1º motivo: Quando falamos sobre vinhos de mesa e finos destacamos que uma das principais diferenças entre eles encontra-se no tanino, presente na casca e sementes da uva, causador da sensação adstringente, de boca seca, amarrada. A uva "Tannat" tem este nome justamente devidos aos seus taninos, por ser a variedade com maior concentração desta substância. Assim, esperávamos nada menos que uma paulada de taninos, ainda mais tratando-se de um Tannat jovem, com 2 aninhos de idade.
Decepção. O vinho traz mais amargor que adstringência, passa torto pela garganta mas relativamente suave na boca, não sendo fiel à expectativa que o rótulo cria. Atribuímos essa surpresa ao medo que alguns produtores brasileiros tem de criar vinhos potentes, pois a nossa cultura vinícola sempre foi voltada para os exemplares de mesa e suaves. Um Tannat potente pode assustar, o que não justifica encontrar um Tannat sem cara de Tannat.
2º motivo: Nossa segunda desilusão foi com o termo "Reserva Especial". Como no Brasil o termo "Reserva" não tem seu uso regulamentado, diferentemente por exemplo de Itália e Espanha, aqui os produtores utilizam a palavra como um chamariz, uma isca, um jogo de marketing que te fisga da maneira errada. O consumidor espera um diferencial por detrás da palavra impressa no rótulo mas nada encontra. Vinhos simples são bons, caem redondos no dia-a-dia. Uma garrafa não precisa ter a palavra "RESERVA" para ser comprada, mas se o produtor estampa isso no rótulo tem obrigação de oferecer algo além do comum. Este ficou longe, muito longe.
Fica aqui um alerta para que o Brasil expanda as Denominações de Origem e regulamente o mais breve possível termos como Reserva, Reserva Especial, Gran Reserva, Reservado, etc. Isso trará confiabilidade ao consumidor mundial de vinhos, sempre aberto a novas experiências, desde que sejam honestas e verdadeiras.
Impressões:
Visual - Cor púrpura intensa.
Olfativa - Nula. Nenhum aroma perceptível.
Gustativa - Desequilibrado, corpo médio baixo, acidez alta, taninos breves, persistência baixíssima.
Custo: Até R$ 30 (abril/2019).
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