Olá, amigos!
À medida que cresce nosso interesse por vinhos e conhecemos mais sobre a bebida, aumenta nosso desejo de degustar mais e mais rótulos, experimentar garrafas diferentes. Rapidamente descobrimos que a velocidade de aquisição de novos rótulos é muito maior que nossa capacidade de consumo. Resultado? Iniciamos um acervo, uma coleção, um estoque de vinhos. Precisamos, então, guardá-los adequadamente.
Outro motivo que leva o apaixonado por vinho a armazenar muitas garrafas é a possibilidade de ter sempre uma boa opção de harmonização à mão, seja quando prepara um prato especial, seja para comemorar uma data importante. Poder caminhar até sua adega e sacar aquela garrafa guardada há tanto tempo, perfeita para o momento, é um sentimento ímpar.
Em nossos sonhos, descemos longas escadas estreitas até chegar à adega fria, escavada na pedra, pouco iluminada, com garrafas empoeiradas de vinhos raros e excepcionais. Na realidade, entretanto, nem tudo é tão cinematográfico. Nem sempre dispomos de dinheiro e espaço suficientes para construir adegas fantásticas, o que não nos impede de querer, sim, termos garrafas diversas ao nosso alcance numa noite de segunda-feira. Nessa hora, trágico seria esperar 10 anos para degustar o vinho da sua vida e descobrir que durante essa longa espera, ao invés de sabor o vinho ganhou defeitos irreparáveis! Para evitar decepções que nos enlouqueçam e garantir que momentos especiais não se tornem frustrantes, já que não moramos em um castelo francês com adegas subterrâneas, é possível adquirir adegas climatizadas, conectadas à rede elétrica e que acomodam desde 4 garrafas até centenas delas, com preços que variam de aproximadamente R$400 a mais de R$30.000, mantendo nosso tesouro líquido entre 10ºC e 16ºC.
Na hora de comprar é fundamental fazer longas pesquisas para adquirir a adega que se encaixa no seu orçamento e nas suas necessidades. A variedade de marcas e modelos é tão extensa quanto são diferentes as necessidades de cada pessoa. Por isso, aqui não estamos interessados em sugerir a Adega A ou B, mas sim em fornecer algumas informações básicas e importantes para a tomada de decisão.
1. CAPACIDADE
É obviamente um dos itens principais para considerar no projeto de aquisição de uma adega. É a variável que mais influencia no preço. Lembre-se que nem todos os vinhos precisam ficar sob as rígidas condições de armazenamento de uma adega. Aquele espumante que você comprou hoje e pretende abrir daqui a 15 dias pode muito bem ser acondicionado em sua geladeira, sem prejudicar a qualidade. Tintos jovens, por exemplo, para serem consumidos em curto espaço de tempo, podem ser guardados num local escuro de sua casa, onde não haja grandes variações de temperatura ou vibrações. Desta forma, você otimiza seu investimento. Não adianta gastar 10 mil reais numa adega que acomode 100 garrafas se você manterá um acervo de 24 garrafas que EFETIVAMENTE precisam de uma adega. Estará pagando por algo que não utiliza. Também não compensa economizar numa adega menor enquanto assiste seus vinhos de guarda, muitas vezes mais caros que as próprias adegas, se transformarem em vinagre. Assim, estime de forma racional quantas garrafas precisarão(!!!) estar sob as condições ideais de temperatura e umidade. Pense a longo prazo!
2. LUZES
Cuidado com as luzes e efeitos de pirotecnia. O vinho não é amigo da luz. Iluminar as garrafas pode causar um efeito decorativo sensacional, mas enquanto os piscas e neons azuis te hipnotizam, as moléculas de vinho que recebem radiação UV estão se degradando, alterando sua estrutura, aroma, cor e sabor. Busque adegas com bom isolamento térmico e luminoso. Recomendo vidros duplos fumês.
3. SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO Há dois sistemas básicos de refrigeração utilizados em adegas: compressores ou placas termoelétricas. Os compressores (motores de geladeira) são mais eficientes, com plena capacidade de manter a temperatura da adega estável, duram bastante tempo e exigem pouca manutenção. Como pontos negativos, possuem maior consumo de energia, são menos econômicos e mais barulhentos que o modelo termoelétrico. Estes modelos permitem definir temperaturas precisas de funcionamento, com os mais modernos possuindo definição de temperaturas diferentes para zonas distintas da adega.
As adegas termoelétricas, conhecidas vulgarmente como "placas frias" funcionam com uma placa cerâmica que absorve o calor interno e o expele para o ambiente externo. Esse sistema é ineficiente se a temperatura ambiente passar de 25ºC, pois a temperaturas mais altas o sistema torna-se incapaz de "jogar o calor pra fora". Resultado? Seus vinhos irão esquentar! Evite estes modelos se reside em cidades muito quentes, pensando sempre nos longos dias de verão. Caso opte por este modelo prepare-se para gastar um pouco mais com manutenção. A durabilidade deste modelo também é menor. O lado bom destas adegas é o baixo consumo de energia, a ausência de vibrações e ruídos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS No mais, pesquise exaustivamente até encontrar a marca/modelo que mais satisfaça a sua capacidade orçamentária, que não comporte número de garrafas além e nem aquém do que precisa (o conhecido custo x benefício), que seja de fabricantes confiáveis (o barato sai caro), que prezem mais os requisitos técnicos que os visuais. Esteja ciente dos riscos e vantagens do investimento que está fazendo. Depois, sente e deguste!
Saúde sempre!
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